”E por você eu largo tudo…” Cazuza.

  Vamos falar sobre o primeiro da fila do show que vai acontecer daqui a 6h, aquele que tem tatuagens, autógrafos, o que sabe o nome completo de todos os integrantes, nome do pai, mãe, tios, cachorros, aquele que sabe qual a cor preferida, a comida, o filme ou livro, sabe quem é a inspiração daquele ator/atriz ou artista musical,  a bio ou a filmografia, sabe como tudo começou enfim, vamos falar daquele que comete loucuras pelo artista, sim, vamos falar sobre você, fã.

  Fã, no dicionário português, significa louco por uma banda, ( mentira ), a palavra vem do inglês fanatic, ( fan ). Acredito que muitos têm essa dúvida então, para esclarecer, fan é no inglês e fã no português. Ok, esclarecido isso, vamos para algumas histórias.

  Todo mundo é fã de alguém, alguma Janifer Lowrence ou um Jim Carrey, ou Roberto Carlos, Rihana, Charlie Brown Jr…

  Para saber melhor sobre o sentimento, sobre as histórias, conversei com algumas pessoas. Pâmela Martins,18 anos, de Caxias do Sul, super fã do cantor sertanejo Luan Santana, desde 2010 não desgruda os fones do ouvido só para sentir as músicas soando alto no ouvido. Em entrevista, diz que fez várias loucuras, coisa que não imaginaria fazer:nunca pensei que viajaria pra outras cidades só pra ver um show, ou então, ir escondida atrás dele sem nem saber pra onde ir  ( risos ). Questionei também sobre o que as pessoas a sua volta acham pois, o amor que sentimos pode ser pela mesma pessoa mas não na mesma intensidade, sobre isso, comenta: ”no começo meus pais achavam loucura e achavam que era coisa passageira, mas agora que passou cinco anos e eu continuo a mesma louca fanática por ele, eles me apoiam muito e sempre deixam eu ir atrás dele…’‘. Assim como cada fã tem um amor diferente, tem uma história diferente do porque gostar do artista, sobre isso falou:o Luan é diferente da maioria dos artistas pelo fato de não querer a fama e o dinheiro, ele faz o que ama e coloca o coração nisso, por isso conseguiu conquistar tudo o que tem e, apesar da fama que tem hoje em dia, continua sendo o mesmo.”  É, ”O Recadoda Pâmela está dado, Luan é fofo e tudo de bom.

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Fotos: Pâmela Martins / Arquivo pessoal.

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    Adepto de um estilo diferente, mais precisamente ska  e punk rock da Califórnia, Leandro Dapper, 21 anos, de São Leopoldo fala sobre porque curte a banda NOFX, esta que dia 15 fará um show em Porto Alegre, para a entrevista ele diz: ‘eu não escolhi gostar, a primeira vez que ouvi eu não sabia o que diziam as letras, muito menos como eram os integrantes da banda, simplesmente baixei a discografia toda e ouvi porque gostei demais e, aos poucos fui me identificando, pois não se vestem pra ser bonitinhos, não escrevem letras para agradar um número grande de pessoas, simplesmente são eles mesmos, é a assim que a vida é… Eles usam o humor em muitas músicas, e também falam sobre assuntos sérios, como na música My Orphan Year, com certeza uma das mais emocionantes do Punk Rock... enfim, eu adoro essa banda pela realidade, pela verdade que eles me passam… 

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Foto: Leandro Dapper / Arquivo pessoal.

    Da Califórnia para o Brasil, Caxias do Sul novamente, Felipe Brambatti, 25 anos, fala sobre sua banda querida ForFun, esta que fará seu último show no Rio de Janeiro no próximo dia 12.  Das tantas histórias, e loucuras conta sobre a razão de gostar da banda: ”ainda não encontrei uma definição para poder explicar por que gosto deles. Mas é certo que seja pelas músicas, que vão desde a letras de hardcore até músicas mais trabalhadas e com uma sonoridade diferente, que de alguma maneira mostram o que já passamos, pensamos ou gostaríamos que acontecesse.”  E para ele, a razão da banda ser diferente é: ” tudo! Por ser uma banda que não está nas rádios e nas tv’s, aonde os fãs é que levam a banda e vão ao encontro dela. Assim como o nome da banda sugere é Por Diversão.” E sobre algo marcante, conta:cada show do ForFun é marcante só pela vibe do ambiente, cada um dos mais de 10 shows que eu já fui possui uma historia diferente. No ano de 2010, rolou um show aqui em Caxias do Sul, recém havia feito a tatuagem do átomo (símbolo da banda), quando o Vitor (guitarrista e tecladista) viu me chamou no palco, cantei uma música com eles. Em 2013, novamente subi ao palco junto com eles para dar um mosh, mas não era um palco qualquer, era o palco do Planeta Atlântida.São tantas histórias inesquecíveis que quem passa certamente não deixará se apagar. 

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Foto: Felipe Brambatti / Arquivo pessoal.

     De São Gonçalo, a querida Laryssa Amaral, 19 anos, contou-nos um pouco sobre o amor pela banda paulista Nx Zero, esta, que tem os fãs conhecidos pela fidelidade ao grupo, pelo companheirismo. Sobre como conheceu a banda Laryssa diz: ”conheci com a música Razões e Emoções, que na época tocava direto, daí fui ver como eles eram e foi paixão a primeira vista (risos). Daí, desde então eu os amo ( corações ).”  A partir daí, a paixão aumentou e a loucura também: ”fui escondida, sem muito dinheiro, 2h de viagem, chovendo a beça, perdi o último ônibus e fiquei até de manhã em Maricá pra pegar o primeiro bus (risos).” E tudo isso porque eles representam para ela algo muito especial, por mais que achem loucura o que faça pela banda:eu gosto da união deles, deles dizendo aos fãs para nunca desistirem dos seus sonhos, gosto de ouvir cada fã dizendo que os conheceu pessoalmente e falando que eles foram um amor, e isso me deixa muito feliz, eles representam tudo ( corações ).” Talvez seja por isso a fidelidade dos fãs por eles, são queridos e reconhecem as pessoas que estão ali, fazendo o show acontecer, ( e porque eles são muito gatos ?!).

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Fotos: Laryssa Amaral / Arquivo pessoal

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 E falando em Nx Zero,  quem disse que só nós, ”pessoas normais”, somos fãs de algum grande cantor? O vocalista do Nx, Diego Ferrero publicou recentemente em seu Instagram uma foto do primeiro álbum da banda onde comentava sobre, e falou também da lembrança que teve ao comprar o cd do Nirvana, quando era mais jovem. ” … Lembro de quando comprei a edição de aniversário  do ”nevermind” do Nirvana e gastei todo  meu salário kkk, Mas tenho até hoje! Essas coisas marcam!”. Outra curiosidade, é que, há pouco tempo,  um fã lançou um livro falando sobre ele ser fã do Nx, o nome é O Diário de um fã, um livro que talvez resuma bem tudo que falamos até aqui.

  E para a conclusão de toda essa conversa, deixo um pedaço da história da Pâmela, que resume bem todos nós, fãs:

  ”Quando o Luan entra no palco esqueço tudo, porque as dores, cansaço, calor, tudo some do teu corpo e tu só consegue gritar, chorar e perguntar se aquilo é realmente real, porque pensa, eu que via ele pela TV e pela tela do computador, agora tava vendo ele ali, na minha frente…”.

Texto: Évelynn Marinho Alves